Mesmo a passos lentos, as negociações específicas com a Caixa, para renovação do acordo coletivo de trabalho estão avançando. Na rodada desta quinta-feira (22/8), o banco apresentou propostas sobre a substituição em cascata, horas de estudo, direito a desconexão e política de diversidade. A promessa foi de enviar sugestões de texto sobre estes temas e agendar uma reunião com o departamento jurídico das entidades sindicais já na próxima semana para fechar a redação final das cláusulas.
Em um avanço importante, a Caixa se comprometeu a promover a substituição em cascata para todo o segmento gerencial. Como exemplo, disse que o gerente geral poderia ser substituído pelo gerente de carteira e este pelo assistente.
A contraproposta dos empregados é para que haja possibilidade de substituição, em caso de férias, para todas as funções. A Caixa ficou de fornecer lista com cargos, para que a representação dos trabalhadores verem na área meio o que pode ser contemplado.
Desconexão e diversidade
Sobre o direito à desconexão, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) exige o fim das cobranças que chegam nos celulares dos bancários, pelo Teams, WhatsApp e de outras formas, fora do horário de expediente. A Caixa disse que estuda a implementação de um sistema que evita o envio de mensagens pelo Teams após o registro no ponto de saída.
Outra cobrança dos empregados é para que seja expresso em normativos e no ACT, a proibição de cobranças e envio de mensagens fora do horário de trabalho, para inibir a prática. Outra cobrança é para que seja respeitado o intervalo para descanso de 10 minutos a cada 50 trabalhados para todos os empregados, inclusive caixas e tesoureiros.
A Caixa sinalizou avanços também em relação à promoção da diversidade. A empresas assumiu o compromisso de alterar o estatuto da Caixa para inclusão de uma cota de 30% de mulheres em cada nível dos cargos de direção, inclusive nas vice-presidências. Anteriormente, o banco já havia se comprometido em clausular as comissões regionais de diversidade (PcD, Mulheres, Racial, LGBTQIA+ e Geracional), com a possibilidade de criação de outros eixos, de acordo com a mudança do perfil do quadro de pessoal e garantia de participação representativa das entidades sindicais dos trabalhadores.
Falta ainda uma resposta para a reivindicação da CEE de redução da jornada, sem redução salarial, tanto para PcDs, quanto para pai ou responsáveis pelos cuidados de PcDs.
PSI, PDV e concursos
Os representantes dos empregados cobraram também que se dê maior valos aos processos de seleção internos (PSI), para que mais bancários tenham ascensão de carreira pelos PSI e se reduza as indicações subjetivas do “Score”. Mas, tanto para um quanto para outro, os empregados cobram que haja critérios definidos para a escolha, sem que a decisão seja tomada por questões pessoais, ou de afinidade.
A Caixa também se comprometeu com a equidade de gênero nas bancas dos processos de PSI e, a pedido dos empregados, diz aceitar ampliar a diversidade, com a participação de PcD nas bancas e também na composição das equipes das Gipes e Repes.
A CEE questionou a Caixa ainda sobre o aumento dos desligamentos pelo PDV, com o banco acatando todos os pedidos de adesão, não apenas de 3.200 trabalhadores, como previsto anteriormente. O banco disse que está em discussão, mas que não há nada aprovado com relação a isso.
Os empregados cobram que a Caixa contrate mais empregados, em número suficiente para acabar com a sobrecarga de trabalho e reivindicam que a Caixa demande a Sest sobre a necessidade de um novo concurso.
Digitalização de agências
Sobre a digitalização de agências, os empregados trouxeram relatos de que está havendo transferências de local de lotação que levam à mudança de município, perda de função e que há cerceamento do direito de indicação do local de lotação, sem interferência do gestor. Também há casos de transferências para agência de menor porte e cobraram as promessas feitas pela Caixa de que isso não aconteceria.
A Caixa confirmou que estes problemas não deveriam estar existindo, pois não estavam previstos na proposta inicial e pediu para que os empregados afetados entrem em contato com a diretoria de pessoas.
Os empregados também cobram acesso às Superintendências Regionais digitais, para poder se comunicar com elas.
Outras cobranças
Saúde Caixa: Mesmo sabendo que há um acordo específico em vigência até o final de 2025, os empregados voltaram a cobrar a mudança do estatuto da Caixa para a retirada do teto de custeio pelo banco com a saúde de seus empregados e empregadas.
Também cobraram informações sobre os empregados afastados por doenças/acidentes de trabalho (B91) e que seja mantido o direito de manutenção do Saúde Caixa pós-aposentadoria para as contratações ocorridas depois de 2018 (retroativo à data da contratação).
A CEE cobrou também a ampliação do debate sobre o teletrabalho, para que se estabeleça o público, os critérios, o aumento do valor da ajuda de custo (com pagamento proporcional ao número de dias em trabalho remoto, sem o limite mínimo de 15 dias) e o pagamento pelo banco (ou reembolso) de estrutura ergonômica.
Os empregados reivindicaram ainda que, para que haja efetividade da cláusula 59 do atual ACT, que trata sobre disponibilidade, dentro da jornada, de seis horas de estudo por mês, que a formação seja de forma presencial, fora da unidade de trabalho. Hoje a disponibilização é na modalidade EAD, pela Universidade Caixa.
A Caixa propôs que sejam oferecidas seis horas de estudo na modalidade presencial a cada três meses para todos os empregados.
Sobre a PLR, os empregados cobram garantia que o pagamento do adiantamento da parcela da seja de, pelo menos, 50% do total; a retirada do limite de três Remunerações Básicas do valor global da PLR; a separação do pagamento da PLR Social da regra básica, para efeitos de quaisquer limitadores, além de solução para o pagamento a menor da PLR Social de 2020.
A Caixa disse que o tema será tratado nas negociações da semana que vem.