Os dados de um levantamento do Dieese mostraram uma realidade assustadora na Caixa: 75,4% dos afastamentos acidentários (B91) dos empregados do banco em 2022 ocorreram para tratamento de doenças mentais e comportamentais; 12,8% a doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo; 3,1% a fraturas; e 0,2% a problemas nervosos.
Os números são do banco de dados do INSS e foram apresentados pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) à direção da Caixa na rodada de negociação da última sexta-feira (26/7), em São Paulo, para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT.
Na reunião, a CEE apontou as metas e as cobranças abusivas pelo seu cumprimento como principais responsáveis pelo alto índice de adoecimento mental no banco. “Todos nós aqui, de ambos os lados da mesa, sabemos que esses problemas são causados pelas ferramentas adoecedoras utilizadas pelo banco para fazer a gestão de pessoas e a cobrança abusiva de metas, além de falta de orientação da direção para gerir as equipes de forma humanizada de fato ”, completou o coordenador da CEE, Rafael de Castro.
Entre os instrumentos adoecedores, a CEE apontou o Time de vendas (TDV), por exemplo, que coloca os empregados para disputarem entre si a presença no time, que não é time, pois não é trabalho em equipe. Tem ainda a cobrança pelo WhatsApp, Teams, ligações-ponte e controle de hora em hora no meio e até depois do expediente. Um absurdo!
Após a denúncia, a Caixa se comprometeu a acabar com o feedback de caráter punitivo e utilizar o mecanismo apenas para contribuir com o desenvolvimento das empregadas e empregados.
Os representantes dos trabalhadores cobraram que a medida seja colocada no ACT, juntamente com outras ações para garantir um ambiente de trabalho saudável na Caixa.