A Comissão Executiva de Empregados (CEE) disponibilizou nesta quinta-feira (15/8) mais informações sobre a rodada de negociação com a Caixa, que aconteceu na quarta-feira (14), em São Paulo. No encontro, o banco apresentou respostas para algumas demandas específicas dos trabalhadores, mas ainda precisa avançar em outras questões.
Confira o que foi discutido:
Saúde do trabalhador
A CEE cobrou mais uma vez a revisão do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com desenvolvimento de campanhas para zelar e promover a saúde e a qualidade de vida do conjunto de seus empregados. Os trabalhadores participariam da construção destas campanhas e programas através do GT de Saúde do Trabalhador, do GT de Condições de Trabalho e da reativação dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho.
A Caixa disse que está revisando seu PCMSO, para que ele seja mais efetivo na prevenção. Além disso, tem promovido muitas ações de promoção à saúde do seu pessoal. Pede o auxílio do movimento sindical para a ampliação dos empregados nos programas implementados e nos cuidados com a própria saúde. O banco disse está reestruturando as equipes internas de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e que está aberto a discutir com o movimento sobre a reformulação do PCMSO e dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes de trabalho.
Igualdade de oportunidades
Sobre a promoção de igualdade de oportunidades, a Caixa disse que além da inclusão no estatuto da cota mínima de 30% de mulheres nas diretorias e vice-presidência, vai incluir ainda no Acordo Coletivo de Trabalho a norma que já existe sobre as comissões regionais de diversidade, garantido a participação das entidades sindicais de forma representativa, restando apenas definir a redação da cláusula, para que ela não impeça a criação de novos eixos temáticos na medida que haja alteração no perfil do quadro de pessoal.
Com relação à ampliação das pessoas nos cargos de chefia das unidades, a meta é que até 2028 a chefia das unidades seja composta por 45% de mulheres e 27% de pessoas pretas, pardas ou indígenas.
PSI e diversidade
Os empregados sugeriram que a banca do Processo Seletivo Interno (PSI) seja composta levando em conta a diversidade, como forma de combater a barreira de ascensão de carreira devido ao preconceito e discriminação. Também sugeriram que sejam pensados programas para mudança cultural e redução do preconceito no banco, voltado principalmente às empregadas e empregados que tenham poder de decisão sobre a carreira e gestão de pessoal.
A Caixa se propôs a aprofundar a questão, mas que é um ponto viável de ser implementado, uma vez que já existe uma ação formatada com foco no público LGBTQIA+ para ser implementada pelas gerências regionais (Gipes) e representações regionais (Repes) e que já existe uma cota de diversidade no edital do programa de incentivo de mestrado e doutorado.
Horas de estudo
A representação dos empregados lembrou que a cláusula 59 do atual ACT diz que “os empregados deverão dispor de 6 horas mensais para estudos na metodologia a distância – EAD, junto a Universidade Caixa dentro da jornada de trabalho, em local apropriado na unidade”, mas que é preciso melhorar. Cobraram respeito a esta cláusula para garantir o direito do trabalhador.
A Caixa aceita debater sobre o tema para promover mudanças na cláusula.
Cobrança de metas e respeito à jornada
A CEE mostrou preocupação com o uso abusivo do WhatsApp e do Teams nos celulares dos empregados, pois estes aplicativos têm sido utilizados para cobrança de metas, mesmo fora da jornada de trabalho.
Com relação às metas, a CEE denunciou que elas são estabelecidas e alteradas para maior durante o período de seu cumprimento. Isso não pode acontecer. É preciso que haja perenidade e que, em caso de descumprimento sazonais, não haja prejuízo ao desenvolvimento da carreira do trabalhador. Além disso, os bancários não podem ser obrigados a vender um serviço, um produto, a um cliente que não precisa dele, apenas para que a meta seja cumprida. Isso tem adoecido nosso quadro de pessoal.
A CEE também reforçou o pedido para que o “Agiliza” (locação de empregados fora das agências para triagem dos clientes) seja revisto.
Teletrabalho
Em atendimento às reivindicações do movimento sindical, a Caixa está estudando mecanismos para garantir o respeito à desconexão e à jornada de quem está no teletrabalho e sugeriu que a proposta seja debatida e elaborada na próxima de mesa de negociações, que será realizada no dia 21, ou 22 de agosto.
A CEE cobrou uma negociação sobre o tema para discutir o público-alvo, as prioridades, os critérios, se é permanente, ou rotativo, a questão da estrutura para o trabalho, a ajuda de custo e que deixe de ser uma moeda de troca nas mãos de gestores que liberam, ou não, para o teletrabalho como forma de prêmio, ou um castigo.
Taxas e isenções
A cláusula 17 do ACT em vigência até 31 de agosto, estabelecem isenção aos empregados da anuidade de dois cartões crédito. O movimento sindical reivindica que a isenção seja para todos os cartões.
A cláusula 18 trata sobre os juros do cheque especial e enquadra os empregados na “faixa 5”, exclusivamente na conta em que eles recebem seus salários e/ou proventos. Mas, a CEE reivindica que seja oferecida aos empregados a menor taxa que oferecida pelo banco aos clientes.
O movimento sindical também reivindica que sejam mantidas as isenções de tarifas de serviços bancários a todos os empregados.
Sinistro de sequestro
O movimento sindical reivindica que, em caso de sequestro que atinja ou vise atingir o patrimônio da empresa, a Caixa custeie as mesmas assistências (médica, psicológica e jurídica), previstas na cláusula 35 do atual ACT, não apenas aos dependentes, mas também às demais pessoas que estiverem na residência no momento.
Além disso, é fundamental que a Caixa ofereça apoio psicológico integral, tanto para os empregados quanto para os terceirizados que estejam trabalhando na agência onde o crime venha a ocorrer.